Bibi iniciou no MotoCross influenciado pelo também piloto de lajeado Elton Zagonel (Pimenta) e pela febre das motos Panda, onde muitos pilotos iniciaram suas carreiras nos anos 90. Infelizmente como já aconteceu com diversos pilotos no Brasil, Bibi está fora das pistas em 2010. Mesmo parado, Bibi continua com a mesma vontade que lhe fez ser campeão por diversas vezes e inclusive ontem(20/05) esteve na pista de Guaíba treinando com uma KTM 450.
Worldcross - O Motocross é um esporte que deve trazer muitos machucados. Quantos você
acumula até agora?
Bibi - Verdade, o MotoCross não é um esporte fácil e que tem um risco alto para
quem o pratica. O mais importante é fazer uma boa preparação física fora das
pistas para evitar as lesões. Eu tive algumas lesões sim, já quebrei os 2
braços, rompi ligamentos do cotovelo e uma fratura no rim. Mas graças a Deus
me recuperei muito bem de todas elas.
Worldcross - Que análise você faz da sua carreira?
Bibi - Iniciei com as corridas aos 8 anos de idade e competi nos principais
campeonatos do país obtendo bons resultados em todos eles, acredito que
sempre dei o meu melhor e me sinto satisfeito com a minha trajetória
Worldcross - Fale sobre os títulos conquistados até hoje?
Bibi - Foram todos muito importantes e todos muito disputados, conquistei títulos
em todas as categorias no campeonato gaúcho e no brasileiro meu melhor
resultado foi um 4º lugar no supercross.
Worldcross - Qual foi o seu melhor momento no motocross?
Bibi - Meu melhor momento foi em 2001 onde ganhei todos campeonatos que disputei,
mas sempre fui competitivo em todas minhas temporadas, mas em 2001 foi
especial pois além de estar muito confiante tudo deu certo naquele ano.
Worldcross - Você nunca conseguiu viver do motocross? Ganhar algum dinheiro na sua
carreira?
Bibi - Sim, sempre que estive correndo recebia para pilotar, o que não deixa de ser
um trabalho de muitos sacrifícios, pois uma coisa é andar por diversão e
outra é ter a obrigação de fazer resultados.
Worldcross - Com patrocinadores fracos e pouca exposição na mídia, o Motocross perdeu
força em todos os aspectos chegando a atual situação do Campeonato
Brasileiro e que quase se tornou um Campeonato "Monomarca" com o cúmulo do
absurdo de pilotos que correram com pneu que não pertencesse ao grupo dos
"Patrocinadores Oficiais", fossem penalizados. O que você acha disso?
Bibi - A muitos anos vejo as pessoas falarem sobre esta pouca exposição do esporte
na mídia em nosso pais, e concordo com esta afirmação e tenho certeza de que
o esporte iria crescer muito se acontecesse de uma emissora grande começar
a transmitir as corridas.
Mas para que isto aconteça, muita coisa deve mudar a começar por questões
políticas entre organizadores, federação e patrocinadores, como foi este caso
citado dos pneus na temporada passada.
O MotoCross é um esporte fascinante que atrai muito público e admiradores e
tenho fé de que um dia, todos nós que somos apaixonados por ele,
mostrar o quanto ele tem de emoção e quanta dedicação um piloto tem que ter
para andar.
Worldcross - No Brasil, além do fraco retorno financeiro, os ídolos do esporte não são
cultuados como lá fora. Como mudar isso?
Bibi - Não temos um tratamento como profissional no Brasil, desta
forma não temos como transformar pilotos campeões em ídolos.
Worldcross - Você acha que poderá voltar a competir este ano?
Bibi - A minha intenção não era ter parado, mas por questões financeiras fui
obrigado a abandonar as pistas nesta temporada. Estou conversando com
algumas pessoas que podem me colocar novamente nas pistas e espero voltar,
mas não é nada definitivo.
Nesta semana fiz um treino a bordo de uma KTM 450 a convite do Rodrigo da
PRO RACE e estamos estudando a possibilidade de eu voltar a competir em
algumas provas nesta temporada.
Worldcross - Você já foi campeão e teve sua época de vencer, hoje a coisa tá mais
difícil. Isso te dá motivação ou te desanima?
Bibi - Já venci e não me desanima, pois sei que se tiver uma moto competitiva e
condições posso vencer corridas ainda hoje com meus 29 anos de idade... rsrsrs.
Worldcross - A rapaziada diz que depois dos 30 já era, tá velho? O que você acha?
Bibi - Não vejo problema com os 30, mas sim com os pilotos de 18, 20 anos de idade que
com certeza são mais audaciosos não pensando muito em conseqüências. Quanto que
um piloto mais experiente sempre ira pensar mais antes de fazer alguma coisa
que pode ser de risco em uma corrida.
Worldcross - Como vai a vida fora das pistas? E os Cursos?
Bibi - Foi legal você tocar neste assunto, pois agora estou ministrando cursos para
pilotos para aprimorarem sua técnica. E esta sendo bem legal poder passar a
eles o que aprendi nestes 20 anos.
Worldcross - Você tem acompanhado o campeonato Gaúcho 2010? Você acha que precisa
melhorar alguma coisa ou está bom?
Bibi - Na verdade não fui em nenhuma etapa mas estou acompanhando os resultados
pela internet.
Worldcross - Como sabê vê o aumento de mulheres interessadas no esporte?
Ainda há preconceito com mulheres no motocross?
Bibi - As mulheres estão buscando seu espaço em todos os esportes nos dias de hoje,
e no MotoCross não poderia ser diferente, e acho muito bacana esta
iniciativa.
Rápidas :
Seu maior medo: Não estar certo de uma decisão importante
Maior orgulho: Em saber que tenho pessoas sempre prontas para me ajudar
Maior erro : Teimosia
Maior acerto: Ter seguido em frente
O que lhe deixa feliz: Minha família, sobrinhos, namorada ou saber que de
alguma maneira deixei alguém feliz
Lugar preferido: Estar pilotando em alguma pista
O que lhe dá vitalidade: Uma noite bem dormida
O que te decepciona: Pessoas de mau caráter
Sonho: Vários! Uma moto zero talvez... rsrsrs
Bibi Zen, sentimos muito que você esteja afastado do motocross, agradecemos
pela entrevista e aguardamos sua volta em breve.
Entrevista concedida a: Zelomar Ortiz
Fotos: acervo pessoal
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